quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Lanterna Verde

Blu Ray Britânico
(Green Lantern, 2011)
Diretor: Martin Campbell
Elenco: Ryan Reynolds, Blake Lively, Peter Sarsgaard, Mark Strong

Por causa da trilogia Batman e de Superman – O Retorno, costumou-se afirmar que a DC Comics trabalhou nos cinemas de maneira diferente que a Marvel. Entregou seus personagens na mão de diretores autorais, ou ao menos com um estilo evidente, que pudessem apresentar seus heróis sem abrir mão de suas características como diretor.

Depois de uma série de hérois que caminharam dos quadrinhos para as telas de cinema, parece piada afirmar que este ou aquele é um grande heroi, todos sempre ganham esta alcunha em suas adaptações. Porém, sem dúvida, Lanterna Verde é um dos mais importantes herois da DC Comics, ao lado de Batman, Superman e Mulher Maravilha. Um personagem querido que precisava de um filme a altura.

A primeira impressão que Lanterna Verde nos passa é de que roteiristas leram os quadrinhos, se o leram, com certa preguiça. Mesmo que se compreenda que transpor uma história em quadrinhos no cinema gera algumas adaptações, é problemático quando elementos que definem a personagem são deturpados de alguma maneira. O piloto Hal Jordan visto nas telas não parece em nada com aquele visto nos quadrinhos, perdendo sua rica mitologia em um filme de aventura.

Não há como não comparar este filme com o estilo de produções da Marvel, que buscaram em diversos personagens uma história mais familiar. Esta filme parece utilizar essa formula de humor, ação e par romântico com o extra de ser um heroi consagrado. Para o papel central foi escolhido Ryan Renolds que afirmou gostar da personagem, porém, nem mesmo seu talento como ator dá conta de um papel superficial.

Os efeitos especiais não possuem meio termo: ou são funcionais ou um desastre completo. Não integram a cena com competência, parecendo filmes antigos em que o efeito computadorizado ainda era novo. A roupa do Lanterna Verde, por ser composta de energia, não parece real. Em parte porque, ao traja-la, seus olhos mudam de cor, deixando-o apenas estranho. Em contraponto, a coloração rosa da pele de algumas personagens foi feita no tom. Dando-nos a impressão de que parte da pós-produção foi feita com cuidado e outra as pressas.

A direção de Martin Campbell é quase nula. Vendo está produção é inimaginável que este diretor é o mesmo que revitalizou a franquia de James Bond por duas vezes e ainda dirigiu os divertidos Limite Vertical e A lenda do Zorro (mas que também cometeu Amor Sem Fronteiras e O Fim da Escuridão).

A idéia de formatar a personagem para uma história mais amena retirou o potencial da personagem em um filme raso. E o resultado dessa mudança foi uma baixa bilheteria e a intenção do estudio em gravar outro filme esquecendo o primeiro, sem Ryan Renolds. Com base nisso, é questionável como funciona os produtores na hora de dar sinal verde para um filme. Afinal, mais fácil seria se pensassem com mais cuidado no ínício dessa produção e não trabalhassem na equação de erro e acerto.


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