Diretor: Marc Webb
Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Rhys Ifans, Martin Sheen, Sally Field
Dois anos antes da estreia do primeiro filme de Homem Aranha, a Editora Marvel lançava uma nova linha editorial que apresentava seus heróis aos novos leitores. Intitulada Ultimate – No Brasil, inicialmente foi chamada de Marvel Século 21 e depois Marvel Millenium – as histórias recontavam a origem dos personagens clássicos da casa e colocavam-no em uma roupagem contemporânea. Sem perder bases elementares de sua composição.
Após mais de uma década, não contentes com a primeira trilogia do aracnídeo, a Sony Pictures retoma a tal universo voltando-se principalmente para a releitura da personagem, reiniciando uma trilogia nos cinemas.
O espaço temporal entre as duas produções de Homem Aranha é relativamente curto. Mas foi suficiente para injustiçar erroneamente o prestígio da trilogia de Reimi, má lograda somente em sua terceira parte. Foi o pouco necessário para pensar na realização de novos filmes do herói. Dessa vez, sem esconder a explicita motivação de trabalhar com um produto altamente lucrativo.
A justificativa para O Espetacular Homem Aranha foi uma produção mais fiel com a origem do heroi. Mas tornou-se roteiro trabalhado minuciosamente para contrariar o que foi criticado na trilogia anterior. O universo desenvolvido anteriormente é deixado de lado para elementos não apresentados. Com isso, partes primordiais da ambientação da história – como o jornal Clarim Diário – são esquecidas sem nenhuma culpa.
A base da construção das personagens, bem como sua ambientação, é posta abaixo em detrimento de um produto mais rasteiro. Até mesmo elementos consagrados como a famosa frase de poderes e responsabilidades, sagrada para a personagem, é limada da história. O traumático evento da perda do tio perde sua verdadeira motivação.
Andrew Garfield se situa bem fisicamente com a personagem, mas não tem o carisma do Aranha anterior. Emma Stone, que conquistou diversas posições como objeto de desejo de diversos marmanjos após o filme, apresenta uma Gwen Stacy melhor que a anterior, mas nunca é possível compreender sua natureza.
A participação de Martin Sheen e Sally Field como os tios de Peter Parker é o elemento mais positivo do filme. Embora seja evidente a contratação dos atores somente para ser um elemento de destaque perante aos outros atores cuja carreira estão no início.
Oriundo de um cinema alternativo e mais íntimo, Marc Webb não soube conduzir a direção de um filme de ação. As cenas de luta são normalmente ambientadas a noite, um recurso primário quando o diretor ou os efeitos especiais não conseguem ser verossímeis. Afinal, a meia luz o espetáculo parece maior do que realmente é.
Estranha que há dez atrás Raimi tenha arriscado cenas de luta à luz do dia e literalmente colocado câmeras dependuradas em Nova York para produzir a movimentação do herói. Esperava-se que a evolução tecnologia apuraria as cenas de ação mas, salvo a movimentação ágil do Aranha, não há fluidez.
Estranha que há dez atrás Raimi tenha arriscado cenas de luta à luz do dia e literalmente colocado câmeras dependuradas em Nova York para produzir a movimentação do herói. Esperava-se que a evolução tecnologia apuraria as cenas de ação mas, salvo a movimentação ágil do Aranha, não há fluidez.
O roteiro entrega em excesso elementos cujo drama é exagerado. Configurados para produzir conveniências que trazem incredulidade ao público. Colocando muitas personagens na hora e no momento certo ou dando lhes conhecimentos que em nenhum momento anterior foi estabelecido. A isso acrescente a equivocada trilha sonora de James Horner que o descompasso é visível.
O que assistimos no lançamento do reboot é a confirmação de uma segunda geração de filmes de super heróis. Releituras de histórias que tiveram início, meio e fim e voltam ao cinema com uma nova roupagem e equipe criativa. Resta saber se a qualidade dos produtos será maior do que a necessidade intrínseca de vender um produto bonito na aparência e frágil em conteúdo.
Senti a mesma coisa.
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