(Sleeping Beauty, 2011)
Diretor: Julia Leigh
Elenco: Emily Browning, Rachael Blake, Ewen Leslie, Peter Carroll, Chris Haywood, Hugh Keays-Byrne, Bridgette Barrett, Hannah Bella Bowden, Les Chantery, Benita Collings.
Algumas produções exige mais de seu expectador. Apresentam uma história com poucos referenciais, cabendo ao público preencher as lacunas, pressupondo as entrelinhas. A composição de uma trama no estilo não necessariamente é eleavada. O vazio pode ser interpretado de inúmeras maneiras e, se não bem inserido, produz o efeito contrário.
Beleza Adormecida nos apresenta Lucy. Uma jovem que aceita qualquer trabalho pelo dinheiro. Envolve-se em uma experiência médica, trabalha como copiadora em um escritório, limpa mesas de um restaurante e aceita a proposta de trabalhar como garçonete em um jantar sigiloso trajando somente lingerie.
A trama apresenta-se de maneira lacunar. Julia Leigh, diretora estreante que também assina o roteiro, deseja uma recepção ativa de seu público. Não intenta, aparentemente, exercer uma crítica profunda, deixando que o espectador a faça.
Dessa maneira, acompanhamos partes da vida da garota sem, de fato, compreendê-la. Mesmo trabalhando está prestes a ser despejada de onde mora. Aparenta tristeza sem sabermos qual o motivo. Talvez a intenção da história seja a procura do questionamento. Apresentar uma pessoa comum e tentar compreender qual seria sua motivação.
Boa parte da condução da trama se apoia no choque sexual que algumas cenas produzem. A expressão que dá título a obra refere-se a uma casa de prostituição em que as garotas são postas para dormir e, então, são apresentadas ao clientes.
Sem um suporte mais explicativo, boa parte do enredo torna-se sujetivo. Em minha compreenção estabeleci uma interpretação que me satisfez, resultando em uma boa opinião sobre a produção. Porem a narrativa repleta de espaços pode ser duvidosa. Justamente pelo silêncio parecer boa, quando na verdade sua história nada revela.
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