(The Artist, 2011)
Diretor: Michel Hazanavicius
Elenco: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman, James Cromwell, Penelope Ann Miller, Missi Pyle, Beth Grant, Ed Lauter, Joel Murray, Bitsie Tulloch, Ken Davitian, Malcolm McDowell.
Explorando um momento revolucionário do cinema, a inclusão de sonoridade direta em uma arte até então muda, o prestígio alcançado por O Artista suscita uma delicada dúvida. A produção merece créditos por qualidades intrínsecas ou deve a boa recepção para a homenagem nostálgica aos filmes mudos?
A história remete-se a um conceito explorado anteriormente como no clássico Cantando na Chuva: A mudança entre o cinema mudo ao falado e de como seus atores famosos tornaram-se obsoleto para um estilo novo que necessitava de um tipo de interpretação distinta. Ambientado em um dos períodos mais negros da economia americana, a quebra da bolsa em 1929.
A produção cinematográfica americana dava seus primeiro passos. O glamour de Hollywoodland tornava-se parte do ideário americano. A frustração na terra dos sonhos, onde tudo parecia possível, ainda era inédita.
A trama apresenta-nos George Valentin, uma das estrelas máximas do cinema mudo que perde a popularidade com a invenção do cinema falado. Sendo esquecido aos poucos pelo público que o amava.
O filme presta homenagem ao cinema mudo sendo ele próprio uma produção no estilo. Traz para um público novo a sensação de se deslocar aos primórdios da sétima arte. Para admirar uma época em que somente a imagem era responsável pela narrativa. Com falas inseridas na tela somente em momentos chave e música orquestrada que nem sempre acompanhava as ações vistas.
A produção dialoga com o próprio cinema para reverenciá-lo. A resposta para a questão incitada no início situa-se em uma via de mão dupla. Sem o recurso do cinema mudo a história não teria a mesma potencia. Além dela, a história do carismático Valentin ainda é forte por retratar o quão efêmero são as celebridades.
Pela escolha em realizar um filme mudo contemporâneo, a produção tem maior foco para iniciados, cinéfilos que admiram o cinema como um todo, do que aqueles que assistem filmes de maneira ocasional.
De qualquer maneira, é uma bela história sobre o próprio cinema, composta de maneira amorosa pelo francês Michel Hazanavicius, que ilumina os motivos pelo qual o cinema americano tornou-se diversão mundial e altamente popular.
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