Dir. Jessie Nelson
Não é tão incomum observarmos algumas produções que centram seu enredo na potência interpretativa de um ator. Quando atuação possui bom resultado, o artifício sustenta bem o filme, sendo capaz de, pelo brilho, ocultar partes de seu todo que são irregulares.
O drama Lição de Amor sustenta-se em duas bases: uma interpretação visceral de Sean Penn, ator ímpar de sua geração capaz de apresentar personagens avassaladores, e a rasgada homenagem a música sempre rica dos Beatles.
Direcionado para ser um drama denso, a trama apresenta Sam Brown, um deficiente mental, fanático pelos Beatles que, após sete anos cuidando de sua filha, precisa provar perante a justiça que é capaz de prestar cuidados a ela, mesmo que sua idade mental seja inferior a da criança.
O sentimentalismo dos acontecimentos não perde sua estrutura por conta da personagem de Penn, altamente verossímil e capaz de passar toda a ternura e amor ao público. Não só realizando uma boa interpretação, como apresentando-a com todos os maneirismos de quem sofre de uma deficiência sem parecer exagerado.
Enquanto a trilha sonora é uma seqüência de versões da banda de Liverpool, desenvolvimento que, vez ou outra, faz contexto com a própria história de Sam, como sua filha, chamada Lucy e apresenta cenas que dialogam com canções ou fatos da banda, vide o famoso atravessar de rua de Abbey Road.
Mesmo para aqueles que não encontram muito apreço em filmes cujas lágrimas são intencionais, seu argumento um tanto quanto mal amarrado ganha dimensão nas mãos de Penn e, embaladas com as boas e velhas canções conhecidas, merecem uma exibição. Mas, sem dúvida, o ator apresenta-se com mais força ainda em Sobre Meninos e Lobos e Milk - A Voz da Igualdade, outras duas de suas interpretações que concorreram ao Oscar (Somando-se quatro com Os Últimos Passos de Um Homem).
Eu gosto desse filme, mas só acho que a parte final, a do tribunal, poderia ser BEM mais curta...
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