segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A Semana em Filmes (29 de Agosto a 4 de Setembro)


Salt (Salt)

Dir. Phillip Noyce



A imagem única de seu semblante, que destaca a volumosa boca, desejo de muitos homens e mulheres, transformaram Angelina Jolie em uma personalidade gigantescamente famosa.
Além das revistas de fofocas, apimentando a aura de estranhamento em torno da atriz, de histórias não usuais de um passado, sua carreira cinematográfica, ainda que extensa, não possui tantos méritos.
Vencedora do Globo de Ouro pelo filme feito para a televisão Gia – Fama e Destruição, Jolie só conquistaria uma posição maior em Hollywood ao estrelar, ao lado de Denzel Washigton, o filme policial O Colecionador de Ossos, baseado em um romance noir e, provavelmente, a melhor produção de sua carreira, também dirigida por Noyce.
Projetado para inicialmente ter como protagonista um homem, Salt apresenta Jolie como uma agente da CIA, em uma produção que possui, tanto visualmente quanto em conteúdo, o mesmo estilo rasteiro de sua produção anterior, O Procurado.
Visando provar sua inocência, após ser acusada por um desertor de ser uma espiã infiltrada russa, a produção tenta conduzir sua história calcando-se nas narrativas clássicas de espionagem. Porém, cede a tentação de entregar um enredo de ação que em seu resumo enumera diversas cenas de Evelyn Salt fugindo para provar sua inocência e diversos russos pronunciando seu inglês em estilo macarrônico.
Possuidora de um status gigantesco, mesmo sem muito carisma nas telas e longe do talento de seu pai, Jon Voight, Jolie pode até procurar papéis diversificados para sua carreira, mas resulta sempre no mesmo. Uma mulher que intenta ser acima de média, astuta, que parece deslocada de sua própria história.
A produção de Salt já tem planos para uma continuação, que se encaixaria perfeitamente com o final extremamente aberto criado pelos roteiristas. Talvez a única qualidade do filme, que não se rendeu, totalmente, a uma vingança cheia de maçantes cenas de ação vazia.
Philip Noyce está novamente cotado para a direção. Algo lamentável para um diretor que mostrou requinte em produções como O Santo, O Colecionador de Ossos e O Americano Tranquílo.



Batman & Mr. Freeze - Abaixo de Zero (Batman & Mr. Freeze: SubZero)

Dir. Boyd Kirkland



Produção feita, na época, para lançamento direto em vídeo, Batman & Mr. Freeze – Abaixo de Zero, retoma o universo criado pela boa série Batman – A Série Animada, produzida pela Warner.
O lançamento oficial do longa foi atrasado devido as críticas do filme Batman e Robin. Porém, ao contrário da bomba dirigida por Joel Schumacher, a recepção dessa história foi boa, tanto de público quanto de crítica, chegando a receber um Annie Award de melhor animaçã
o feita diretamente em vídeo.
Um dos vilões famosos da galeria de Batman, Mr. Freeze, volta a Gotham city para sequestrar um médico famoso, depois que sua morada no ártico, foi destruída por uma navegação e quebrou o esquife onde o outrora doutor mantém sua esposa em criogenia, até que encontre a cura para sua doença. Cabe ao cavaleiro das trevas, com o apoio de Robin e Batgirl impedir o ataque ao médico.
A animação segue o estilo característico do desenho, que tem traços simples, mas limpos e bonitos. Deve um pouco em seu fundo, muitas vezes utilizando imagem em animação computadorizada que, naquela época, deixava a cena ainda mais artificial.
Ainda que uma busca a respeito tenha sido efetuada, sem encontrar nenhuma confirmação de fato, aparentemente, a dublagem do longa foi feita com atores diferentes da série. Mudando a incrível voz grave do Batman, para uma menos impactante, que não diminui a história, mas merece ser uma informação dita.



O Demolidor (Demolition Man)

Dir. Marco Brambilla



Policial responsável por mais de cem capturas, John Spartan é conhecido como “O Demolidor”, por realizar seu serviço com competência. Ao prender Simon Phoenix, um psicopata, acaba sendo preso também por avaliar de maneira errada os danos da missão e perder trinta reféns civis. Tanto Spartan como Phoenix recebem a pena de ser congelados por setenta anos em criogenia.
O ano é 2011, Santa Bárbara, San Diego e Los Angeles uniram-se dando espaço a San Angeles. Cidade futuristica onde o crime não mais existe e o politicamente correto, com leis contra palavras chulas e comidas com muito sal, predominam.
Na sua entrevista de condicional, Phoenix consegue se libertar, trazendo a tona a antiga criminalidade na nova cidade e seu inimigo de volta.
Capaz de misturar bons elementos de ação, com uma dose de ficção científica e humor, O Demolidor, com Sylvester Stallone é uma relíquia da década de noventa. Uma das produções que mostravam a tendência do tipo de ação que conquistava muito público na época e, ainda, tinha Sandra Bullock no elenco, que se tornaria, um ano depois, a namoradinha da américa ao fazer Speed – Velocidade Máxima.
Repetindo a personagem de sempre – algo que não, necessariamente, quer dizer um desempenho precariamente ruim – Sly estava em forma, tanto em bilheteria como em seu físico. O humor de sua personagem é peculiar e repete a sensação de que seu estilo sempre não se leva tão a sério.
A invenção do futuro nessa produção é também curiosa. Atravessa tanto os pontos comuns de tantos enredos, como carros dirigidos pelo automático, como elementos que se tornaram cotidiano na dinâmica contemporânea, de telefones com exibição de vídeo a uma espécie de sexo virtual.



Anatomia (Anatomie)

Dir. Stefan Ruzowitzky



Antes do lançamento de Jogos Mortais e O Albergue, eram poucas as produções de terror que voltavam-se para o excesso de sangue e tortura, concentrando-se em outras vertentes menos dolorosas do estilo.
Por ser anterior ao estilo que hoje escorre em qualquer desses filmes, também pelo fato de ser algo estrangeiro, produzido na Alemanha, Anatomia ganhou certa notoriedade fora de seu país, onde se tornou um grande sucesso.
Franka Potente, de Corra, Lola, Corra é Paula, uma estudante de medicina que é aceita em uma prestigiada escola de medicina. Quando diversos de seus colegas aparecem mortos na universidade por mortes nada ortodoxas, a estudante fica transtornada e ao investigar a respeito descobre conspirações e sociedades que cobrem a fachada comum do local.
Não há nada apresentado que ressalte como um destaque para o gênero. Encaixa-se bem a boa direção, cenas de horror bem produzida e elementos de tensão. Mas seria corriqueiro se produzido em outro local. Porém, oriundo de um país cujo cinema pouco se tem contato, foi recebido com um pouco de exagero.



Scar - A Marca do Mal (Scar)

Dir. Jed Weintrob



É incompreensível que algumas produções conquistem atenção não por sua qualidade, seja de roteiro, técnica ou o que seja, e sim apenas por ser um dos recentes filmes que ganharam um redobro em terceira dimensão.
Scar – A Marca do Mal, provavelmente, só ganhou lançamentos no cinema por possuir cópias também com esse recurso. A parte tal elemento que conquistaria a atenção de um certo público, é grandiosamente duvidoso esta produção.
Se muitas vezes uma crítica elabora-se pelo bom ou mal roteiro de uma produção, é difícil se apegar a uma história cuja trama inicia-se em um flashback. Um retrocesso que conta a história de um sádico, já morto, dono de uma funerária, que torturava dupla de garotas, exercendo um jogo. Uma poderia se salvar se pedisse a morte de outra (tal tendência cinematográfica a tortura mencionado também na resenha acima).
Apenas uma garota sobreviveu. E ela que revive seu drama ao voltar para a cidade e presenciar os mesmos tipos de assassinato. Porém, com o torturador morto há tanto tempo. Ninguém sabe se há verdade por trás da história ou apenas uma mente perturbada.
E assim, a trama prossegue apresentando mortes que tentam ser elaboradas, semeando a dúvida entre as personagens, até que revê-la o verdadeiro mal por trás em um desses arremedos que saem pior do que uma trama B da década de oitenta.
O resultado é que em uma hora e meia de história tem-se a impressão que nada aconteceu, exceto cenas de tortura, que além de repetitivas, cansam.
Ganhando, sem sombra de dúvida, uma indicação para um dos piores filmes já vistos no ano.




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