Em um dado momento, qualquer personagem pode cansar. A indústria sabe disso e, muitas vezes, encerra séries e filmes quando a bilheteria começa a falhar.
O desempenho dos filmes de Shrek no cinema, bem como seu sucesso, é um movimento interessante que, além do simples desenvolvimento de continuações, sempre foi capaz de dialogar consigo mesmo.
O ogro de temperamento mal humano e o burro engraçadíssimo que partem para uma jornada na primeira produção tornaram-se um marco na animação por desvirtuar tudo aqui que, até então, os desenhos vinham produzindo. Os conceitos do mundo de fadas foram virados a avessas, dando boa dose de humor non sense e muita viés politicamente incorrento. O resultado disso foi um destaque como uma produção não Pixar a se destacar no mercado e permanecer como um bom filme, mesmo após diversos anos.
Continuações seriam inevitáveis, e após duas seqüências, sendo a última delas já mais fraca, sem fôlego, a série volta aos cinemas para um, como informado, último capítulo.
Novamente retratando uma história que fala sobre a própria história, o ogro Shrek não é mais o mesmo, está velho, casado, não é mais o monstro do pântano assustador de outra. Um reflexo curioso com uma personagem que já esteve no ápice e, na última produção, não apresentou o mesmo ineditismo no humor, nem a mesma boa forma.
A solução é uma nova chance, tanto esperando um bom público quanto para o ogro. Dessa maneira, Shrek assina um contrato com Rumpelstiltskin, para tornar-se novamente malvado. Mas o mundo que ele conhecia desaparece, e começa sua jornada para recuperar não só o reino muito distante quanto seus amigos.
O motivo encontrado para uma nova continuação da personagem é uma boa saída, anula por um feitiço contratual o final feliz e pacato da personagem, dando-lhe uma aventura extra, uma chance de colocar tudo no lugar e, se possível, conquistar todo o estilo que definiu a produção como diferente e gerou, depois, diversas e diversas produções iguais.
O Que Dr. House Diria? acompanhará a estréia da produção com a sessão Panorama analisando os três primeiros filmes.
Shrek Para Sempre estréia dia 09 em todo Brasil, com cópias dubladas e legendadas e, nas salas preparadas, em terceira dimensão. No mês que vem, Agosto, a coluna Preliminar explora duas produções. O épico de ação que elenca diversos famosos do gênero dirigido por Stallone, Os Mercenários, e a adaptação que vai estragar um dos melhores desenhos dos últimos tempos, Avatar - O Último Mestre do Ar.
Não perca no próximo sábado, dia 13, a coluna Alta Fidelidade, um contato mais íntimo sobre arte e afins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário