Ao contrário de cega, a justiça é suja e corrupta.
Muito mais assustador do que personagens que cedem ao maniqueísmo do bem ou do mal, estão aquelas que, pela aparência, podem parecer angelicais, mas pela violência das atitudes se tornam amedrontadoras.
É essa a persona de Patty Hewes, interpretada de maneira magistral por Gleen Close e personagem central desse drama jurídico. Suas roupas sempre bem alinhadas, seu rosto que raramente explode, contido e polido em palavras afiadas causam mais medo do que exemplos de pânico explícito, como um terrorista com bombas no corpo, para ficarmos em apenas uma idéia.
Hewes é o tipo de personagem sem escrúpulos, que corrompe a linha da frase política de Maquiavel, que o fim justificam os meios, levando ao extremo a maneira de se fazer justiça. Não importa quais artifícios sejam utilizados desde que chegue ao bem maior.
A trama da primeira temporada é centrada em um gigantesco caso da advogada contra um bilionário que, da noite para o dia, decretou falência, deixando milhões de empregados sem nada. Especulações afirmam que Arthur Frobisher, o homem por trás da empresa, sabia da falência, motivo no qual vendeu suas ações antes do anuncio oficial.
Em paralelo a isso, está a contratação de Ellen Parson, a nova associada da empresa de Patty e sua pupila. É com ela que a garota aprende que a busca pela verdade possui meandro muito mais sujos e corruptos do que ela imaginava.
O jogo existente em Damages é dúbio. A narrativa entrecortada mostrando dois pontos significativo dos acontecimentos é feita com cuidado. Assim, no primeiro episódio abre-se um espaço de seis meses entre o início e o fim da história e, a cada episódio, uma ponta do enredo se aproxima da outra. Unindo-se e aproximando o tempo, revelando o que há de oculto nas entrelinhas e que, tratando-se de justiça, ninguém é apenas um advogado bem intencionado.
Damages é mais uma das séries que possuem uma figura forte em seu papel central, uma atriz de peso que sem muito foco no cinema atual, centrou-se suas forças na televisão e demonstra que, mesmo fora da tela grande, continua em forma como nunca.
Em 2008 a série foi indicada ao Globo de Ouro nas categorias de melhor série dramática da televisão, melhor atriz de série dramática (Glenn Close), melhor atriz coadjuvante de série, minissérie e filmes para TV (Rose Byrne) e melhor ator coadjuvante de série, minissérie e filmes para TV (Ted Danson). Atualmente está em sua terceira temporada e seus atores possuem contrato para mais três anos da série.
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