quarta-feira, 16 de junho de 2010

Arquivo X, Quinta Temporada


ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DA TEMPORADA, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO A TEMPORADA, POR FAVOR.

Quando nem a maior das mentiras é suficiente


Temporada marcada por diversos movimentos diferentes da anteriores. A começar pelo número reduzido de episódio, totalizando vinte produzidos. Foi a partir desse ano que houve a troca da câmera até então padrão, que filmava em full screen, por aquela que se tornaria mais popular hoje, em formato widescreen.

Ainda que se diga que nessa temporada houve um declive na temática da série, ao assisti-la novamente é afirmativo que tal comentário é errado. É necessário dizer que a série não é mais como era em seus primeiros momentos, uma perseguição contra alienígenas. Deixando o leque de histórias não resolvidas cada vez mais amplo. Redendo-se a bom exercícios visuais com reinvenções históricas (Prometeu Pós-Moderno), como recontando momentos primórdios de nossos agentes (Suspeitos Incomuns), convidando escritores famosos para o roteiro (Stephen King em Feitiço), ou ainda fazendo uso da narrativa como elemento cômico (Vampiros). Infelizmente, essa temporada ainda deflagra dois episódios péssimos, cujos enredos exageram no quesito inexplicável, entregando uma trama que fica bem aquém da esperada, lembrando alguns episódios da primeira temporada, onde a série ainda se testava.

Bom equilíbrio é encontrado nos vinte episódios da séries que conseguem criar três momentos mitológicos da série e, entre eles, costurar diversos episódios interessantes. Ao contrário das temporadas iniciais, cujo desfecho mitológico ocorria somente no fim, tanto a quarta como a quinta temporada da série, optaram por diluir a trama mitológica em diversos episódios duplos. Um aspecto curioso que denota boa intenção cronológica. Mostrando os agentes trombando com aspectos da conspiração mas seguindo na perseguição de outros casos.

Pela primeira vez, após quatro anos, a quinta temporada é a primeira que vemos os reflexos de tudo que foi perseguido durante todo esse tempo, de maneira explícita. Nunca a mitologia, a história da conspiração, esteve tão densa e delicada, sendo aplicada na prática tudo o que foi falado anteriormente.

É dessa maneira que Scully descobre ter uma filha, Emily (Surpresas no Natal, Parte Um e Emily, Parte Dois), um híbrido humano e alienígena, possivelmente um experimento do governo que aproveitou de seus óvulos na sua abdução para a criação dessa criança, causando imensa comoção na agente.

A busca desesperada pela verdade faz não só Dana, como Fox Mulder, cair em mentiras. Até mesmo quando uma das personagens chave de todo envolvimento governamental entre humanos e alienígenas, A Paciente X (A Paciente X, parte um e dois) se apresenta a eles. Mulder acredita que ela é mais um passo para despista-lo da verdade que persegue, enquanto Scully se envolve na busca de Cassandra.

Uma leve inversão de sentimentos é apresentada nesse ano. Com Mulder cansado de perseguir mentiras e Scully dividida entre aquilo que viu, o que presenciou em sua abdução e sua fé cristã, vinda de família.

A evidente prova de que as investigações dos agentes chegaram a fundo na verdade, tendo diversos elementos para expor a conspiração, se revela no último episódio dessa temporada, O Final, na comovente cena em que a sala de Fox Mulder, onde também reside os Arquivo-X é queimada pelo Canceroso. Destruindo uma vida de pesquisas a procura de silenciar quem as fez.

Mesmo que ainda mais curta, com trama aberta a novos casos - o que poderia diminuir a qualidade da série - a quinta temporada é, ainda assim, responsável por um saldo positivo. Mantendo as tramas investigativas e levando a fundo o conceito da conspiração.

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