sábado, 1 de maio de 2010

Preliminar - Maio Morno


Comumente nessa coluna, a cada ínicio de mês, seleciono entre os lançamentos cinematográficos do mês aquele mais esperado pelo público para, em algumas linhas, apontar o que vem se falando dele em sua produção, dando uma idéia do que esperar em seu lançamento.

Porém, analisando as estréias do mês de Maio para essa coluna, é espantoso notar que a unica produção que ganharia um esforçado destaque é o remake Fúria de Titãs.

É inevitável refletir que o cinema americano apresenta certa crise. Ainda mais se pensarmos que as estréias em nosso país são escolhidas a dedo com base nas americanas e, mesmo assim, não há um grande lançamento no mês.

Basta olhar as notícias recentes sobre produções americanas para notar que a maioria delas é oriunda de histórias antigas, adaptações ou inevitáveis continuações. Se por um lado, as séries manteram bem sua maré de bons argumentos, o cinema não pode dizer o mesmo. Mesmo sem a greve de roteiristas é possível imaginar que estão trabalhando com o mínimo de vontade.

Com base nas produções recém lançadas, é evidente que algumas pessoas darão preferência por ficar em casa assistindo uma série televisiva ou reassistindo seu filme preferido. O preço que se paga pela ida ao cinema, não tem dado o retorno devido ao público. Ainda que certas produções, mesmo que muito aquém de sua qualidade esperada, consigam encher as salas por conta de um expectativa e vontade do público de conferir a produção, até mesmo para saber se ela é tão ruim como falam.

O cinema tem me decepcionado bastante esse ano. Até grandes diretores, como Scorsese e Tim Burton, apresentaram muitas irregularidades em seu último trabalho. Em uma análise profunda, é provavel que descobriremos que tais problemas não vem de agora, mas quando até renomados diretores perdem o rumo em suas obras, é um sinal ruim. Se os estudios não reverem a maneira de produzir cinema é provavel que em futuro próximo ocorra um encolhimento desagradável.

Para exemplificar o maio morno, e para não perder o sentido dessa coluna, selecionei os três filmes que mais se destacam esse mês. Dois deles regravações de filmes antigos e um argumento já utilizado em outras produções.


A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street)

Data prevista de estreia: 07 de Maio de 2010


Devido ao sucesso da regravação de Sexta-Feira 13, chega a vez de outra produção do gênero receber uma repaginada. Se seguir o conceito de seu companheiro oitentista, terá mais nudez feminina do que sangue. A produção original é um clássico do terror, não necessitaria de uma refilmagem. Mas é bem provável que conquistará uma boa percentagem de público em seu lançamento.








Robin Hood (Robin Hood)

Data prevista de estreia: 14 de Maio de 2010

Ao lado de Tim Burton / Johhny Depp e Martin Scorsese / Leonardo Di Caprio, Russell Crowe fecha com Ridley Scott a tríade de diretores e atores queridinhos que, sempre que possível, consegue realizar boas produções - no caso de Crowe / Scott, Gladiador e O Gângster são os destaques.
A idéia desse Robin Hood é deixar a história do ladrão mais crível e realista. Pelas imagens divulgadas a produção pode ser bastante eficaz. Ambos já provaram que a parceria pode ser bem sucedida.







Fúria de Titãs (Clash Of The Titãs)

Data prevista de estreia: 21 de Maio de 2010


Regravação de um filme não tão famoso de 1981, Fúria de Titãs traz um dos novos rostos de Hollywood, Sam Worthington, a frente de uma produção pomposa. A direção é do fraco Louis Leterrier, cujo último filme foi a segunda versão recente de O Incrível Hulk.
Críticas americanas apontam que a produção foi formatada para se tornar um blockbuster. Muita ação descerebrada, diversas lutas realizadas por computador e, em alguns cinemas, a fantástica evolução em terceira dimensão – que, como muitos devem ter notados, nem tem tanta graça assim.






Em junho, a coluna Preliminar volta sua atenção para uma das prováveis grandes estréias do ano, Toy Story 3.

Não perca no próximo sábado, dia 08, a coluna Alta Fidelidade, um contato mais íntimo sobre arte e afins.

5 comentários:

  1. Woody Allen novo não conta?

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  2. Tudo Pode Dar Certo estreou em 30 de Abril desse ano, e foi lançado originalmente em 22 de Abril de 2009 no Tribeca Festival e posteriormente em 19 de Junho.

    Só contaria para exemplificar como as produtoras brasileiras tem descaso com alguns diretores que possuem público cativo mas que, mesmo assim, não geram muito lucro.

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  3. Tadinho do Woody. Judeu que não gera muitos dólares parece tão the wrong side of the life.

    Mas sério, em tempos de Torrent e camelô, o descaso das produtoras não seria irrelevante? Digo isso porque o consumidor (ou meliante virtual, escolha os lados) vê aquilo que ele quer ver e banana pro cinema.

    Eu, por ser natural de São Paulo, não vou mais ao cinema devido ao mundarel de crianças e meu trabalho é cheio de horários malucos. Mas aprecio o lance. Mas seria melhor se custasse dez conto.

    Tá certo que eu queria ver os filmes do Paul Schrader no cineminha, mas não se pode ter tudo na vida.

    cheers

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  4. É, fica meio que evidente que os fãs do Woody não vão esperar um ano para ver o filme. Mas quando um Woody chega nos cinemas por aqui, mesmo já tendo visto eu gosto de ver, é meio que oportunidade única.

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  5. Eu vi uma hora do Whatever Works, meu pirata pifou. Malditos senegalezes. Achei duca.
    O Vicky Cristina é muito bão tb, mas dessa leva nova, achei fraco o Sonho de Cassandra. Fraco naquelas, a história é muito bem contada, mas aquela pegada de Dostoeievski já deu no saco.

    Falando em história boa em filme pequeno, aprecie: http://www.imdb.com/title/tt0201776/

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