sábado, 2 de janeiro de 2010

Preliminar - Sherlock Holmes



A personagem Sherlock Holmes é uma das mais conhecidas no gênero policial. Ao lado de Agatha Christie, o autor Arthur Conan Doyle criou os elementos fundamentais da trama de enigma que até hoje são exploradas pelos autores do gênero. Basta ler um dos livros do autor, talvez o mais famoso, O Cão de Bakersville, para notar que a personagem de Holmes é dotada de um apurado senso de observação tão grande quanto sua estima e afetação.

Ainda que tais fatores sejam originais, a narrativa de um filme de enigma, embora seja deliciosa, como visto em uma produção ainda recente, O Assassinato em Gosford Park, pode não gerar tantos lucros.

Dessa maneira, os produtores desse filme optaram por escolher uma HQ inédita da personagem, cuja história antecede qualquer relato de seu criador original. Nela, Holmes está mais jovem, bem como seu fiel ajudante, James Watson. Assim, é de se deduzir que altas doses de ação, bem como humor serão adicionados no roteiro.

Tal formula não é apenas derivada da história em quadrinhos, mas de seu direitor, Guy Ritchie, que por certo tempo ganhou a alcunha de bom diretor, até perder a forma, entregar diversos filmes ruins até – dizem – se reencontrar em RocknRolla.

Portanto, estamos unindo nessa produção duas fontes distintas. O famoso detetive Sherlock Holmes aditivado pelo que Richie sabe fazer de melhor, ação com humor.

Para um filme com sua assinatura, talvez não seja de todo mal que Holmes tenha se adaptado ao seu estilo. Embora muitos fãs, provavelmente, reclamaram de uma trama mais original a personagem, se Ritchie executar bem aquilo que sabe, pode entregar um bom produto final que não destrua por todo a ótima personagem de Doyle e que ainda deixe sua marca como uma boa produção nesse ano.


A estréia nos Estados Unidos tem recebido boas críticas, o que prova que, mesmo distorcendo a personagem para visar lucros, há ao menos uma trama divertida.

Talvez muito desse crédito seja mérito de seus atores principais, Robert Downey Jr, em seu auge, e Jude Law. Ainda que os atores fujam da caracterização inicial das personagens, é inevitável afirmar que ambos parecem encaixar-se muito bem em seus papeis, até mesmo em uma adaptação mais formal da trama.

Seja como for, é bem provável que com o sucesso dessa trama, Sherlock Holmes vire moeda de sucesso para estrelar novos filmes. Quem não gostaria de ver nas telas mais aventuras do melhor detetive criado pela literatura? Ainda assim, é possível que, com o sucesso, ocorra a terrível idéia de se adaptar a obra original mantendo a idéia de ação e aventura dessa trama. E assim, afundar grandes histórias policiais da literatura universal.




No mês que vem, Fevereiro, a coluna Preliminar entra ao ar no sábado, logo no dia 06, com a volta em três dimensões de Toy Story e Toy Story 2.

Não perca no próximo sábado, dia 09, a estréia da coluna Alta Fidelidade, um contato mais íntimo sobre arte e afins, o texto de estréia está interessante.

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