ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DA TEMPORADA, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO A TEMPORADA, POR FAVOR.
Um homem dividido entre seu passageiro das sombras e uma família feliz
A cada ano em que acompanhamos a história incrível do serial killer Dexter Morgan, somos pegos de surpresa por um excelente roteiro que é capaz, em apenas 12 episódios, arrebatar a crítica, conquistar a audiência e agradar ao público. Algo que muitas séries com temporadas completas acabam por falhar.
É inegável a dedicação e a excelência desta série, que após quatro anos no ar, consegue sempre manter-se bem amarrada em suas ações, apresentar novos enigmas e desafios para a personagem principal e sempre encontrar saídas que funcionam para sua ambientação.
Desde o primeiro ano, acompanhamos o lado mais sombrio de Dexter, bem como sua humanização, algo que, até então, o próprio achava não existir. A quarta temporada marca bem esse encontro, com suas responsabilidades como pai de família, vivendo em um subúrbio, cercado de vizinhos felizes.
Equilibrando-se entre sua fúria interior e o cuidado dedicado a família, o assassino tenta se adaptar a essa nova constante em sua vida, mas acaba por falhar. Torna-se descuidado, mais lento e isso reflete-se até mesmo em uma cena genial que recria a abertura da série com um Dexter totalmente cansado pela noite mal dormida.
Seu eu interior, que desenvolve-se também na personagem projetada do pai, Harry, é um dos aspectos que dão grande profundidade a narrativa. Todos os conflitos de Dexter são expostos na narrativa em off, direcionada para o público.
Como costume de outras temporadas, um dos focus da policia de Miami são algumas mortes em seqüência, que acabam gerando dúvidas e, possivelmente, serem de um serial killer. Até mesmo esse excesso é justificado pelas personagens que afirmam que, afinal, eles estão em Miami. Dando-nos a entender que a cidade é, de fato, violenta.
A introdução do novo serial killer na série, interpretado por John Lithgow, não poderia ser feita da melhor maneira. Sempre um passo a frente da polícia, Dexter tem conhecimento prévio de sua identidade e torna-se amigo do mesmo, ao ficar impressionado que ele possui uma família e consegue conviver bem com isso.
Pela segunda vez, o assassino tenta um aproximação com outra pessoa, como ocorrera na temporada passada com Miguel Prado. Porém, dessa vez, sua intenção é aprender com Trinity. Compreender como um homem de família pode, também, dar espaço para seu passageiro obscuro.
Quando as pistas sobre o assassino começam a ser reveladas para a polícia de Miami, Dexter usa toda sua habilidade para manipular os fatos e deixar com que a morte do assassino fique em suas mãos.
Impressiona a ousadia de Dexter, de nunca recuar, sempre conseguir inventar estratégias para seguir com seus planos, sejam elas as mentiras mais bem criadas.
Se toda temporada mantém alta qualidade, o ato final é arrebatador. Sela para sempre o destino de Dexter e deixa um gancho incrível para o próximo ano. Se cada vez mais o mundo de Dexter se afunilava, descobrindo novos sentimentos, dessa vez, ele não poderá fugir do destino repleto de sangue que a vida lhe teceu.
Aguardando ansiosamente a próxima temporada, e convencida de que será quase impossível fazê-la melhor que esta!
ResponderExcluir