sábado, 14 de novembro de 2009

Preliminar - Lua Nova



Há menos de um ano atrás, quando iniciei as resenhas críticas desse blog, fazendo uma seleção dos filmes que vi em Dezembro do ano passado, fiz alguns comentários sobre a produção Crepúsculo. Enfatizava que, finalmente, não mais veria o trailer que, não importava qual sessão e qual cinema eu fosse, era exibido.

Esse alivio foi apenas passageiro, já que há meses um teaser do segundo filme, Lua Nova, figurava entre os trailers exibidos antes das sessões e, novamente, confesso não ver a hora de que o filme estréie para que o tal trailer curto, do lobo que aparece no final para salvar a protagonista, desapareça do cinema.

Avaliar a produção da saga Crepúsculo, aqui em seu segundo movimento, Lua Nova, deve-se levar em conta dois aspectos distintos: um livro best seller e uma produção cinematográfica produzida a toque de caixa.

Aos leitores que acompanham a lista de livros mais vendidos semanalmente, é comum encontrarmos no topo da lista os chamados best sellers. Livros formatados para o entretenimento, cuja venda enche os cofres de suas editoras, e deixam milhares de leitores felizes ao redor do mundo. Se a qualidade desses livros sempre beira a dúvida, certos exemplares são ainda salvos por uma boa qualidade narrativa adequada a história ou uma seqüência de aventura que deixa o leitor sem fôlego.

É admirável que atualmente, na febre dos vampiros, a saga Crepúsculo não seja nem um, nem outro. E afirmo essas palavras porque fui leitor do primeiro volume, onde pouca ação acontece, e o uso repetido de expressões comuns piora a narrativa.

Evidente que devido ao sucesso dos livros, a adaptação cinematográfica seria inevitável. E ela espelha a sua origem. É sem graça e sem sal. Se muitos filmes baseados em best sellers como os de Dan Brown ou a saga do bruxo Harry Potter de J. K. Rowling demoraram um tempo adequado de pré e pós produção antes de estrearem, o mesmo não ocorre nessa franquia.


Exatos um ano após a estréia de Crepúsculo, Lua Nova chega aos cinemas. A sensação de que a produção foi feita as pressas, aproveitando ao máximo o embalo do sucesso e das vendas dos livros é quase inevitável. Pelo trailer exibido a exaustão nos cinemas, ou a pós-produção melhorou qualitativamente os efeitos especiais para o filme ou, novamente, eles ficaram a desejar.

Portanto, soma-se um roteiro baseado em livro não muito inspirado, uma produção feita em menos de um ano que desenvolve mais conceitos que a primeira produção e um elenco de atores que não estão nem perto de sua maturidade artística e o resultado torna-se o pior possível. Uma massa espremida e enlatada cuja única função é, de fato, lotar as salas de cinema daqueles que esperam uma continuação de uma trama boba. A toque de caixa, rapidamente, para o público ávido em consumir mais da saga dos vampiros, sem se importar se estão vendo um produto bom ou ruim.

De qualquer maneira, até mesmo no Brasil a estréia do filme será arrebatadora, com ingressos vendidos antecipadamente e filas gigantescas na frente dos cinemas. A bilheteria será gorda para o próximo filme, produção que, alias, já foi filmada e deve ser lançada no final do ano que vem.


Preliminar, no próximo mês, na primeira semana de Dezembro, no sábado, dia 05, com a produção ousada de James Cameron que pode, muito bem, dar em nada, Avatar.

Um comentário:

  1. Oi Thiago, tudo bem? Obrigado pela visita e comentário. Deixei uma resposta longa para você lá no blog sobre o livro inédito de Nabokov com novidades que saíram hoje na Folha de S.Paulo. Seu blog é de 2007, como o meu. Gostei da sua abordagem por aqui. Abraço!

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