Dir. Neil Armfield
A carreira do ator Heath Leadger foi curta demais para seus trabalhos promissores. Até mesmo em sua estréia famosa em 10 Coisas Que Odeio em Você o ator mostra um bom domínio de atuação, tanto que essa produção o levou ao estrelado – e você deve se lembrar a engraçada cena em que ele canta Can´t Take My Eyes of You para Julie Stiles, que não conseguiu se tornar tão famosa quanto seu par no filme.
A morte recente do australiano serve apenas para comprovar como em poucos papéis, o ator se entregou de corpo e alma e partiu antes de sua maturidade cênica. Não deixo de me questionar se Ledger será – se já não é – o James Dean dessa geração cinematográfica, nem mesmo vivo para ver sua performance mais elogiada – do insano Coringa – ser recebida de braços abertos por público, crítica e fãs da personagem.
Ledger sabia muito bem pontuar-se entre filmes menores e grandes produções. Candy é uma dessas pequenas pérolas escondidas em sua filmografia. Em uma simples linha sobre o enredo, o filme narra a história de um casal, Candy e Dan que, assim como possuem um forte laço entre si, são viciados em heroína.
Com uma narrativa segmentaria dividindo-se entre Céu, Terra e Inferno, o filme acompanha os jovens desde o ponto inicial de sua relação e, aos poucos, conforme apresenta os segmentos do filme, o espaço temporal avança e a relação aparenta-se mais desgastada e frágil.
Mais de que um simples filme, mais um, sobre usuários de drogas, como apontaram algumas críticas de cinéfilos que acompanhei ao executar esse texto, engana-se quem vê Candy apenas com essa superficialidade. É o mergulho dúbio entre o vício de uma droga e a intensidade do amor que exige maior atenção do público. O confronto entre a sensibilidade da paixão e o mesmo vício compartilhado.
A produção torna-se melhor a cada segmento, possuindo uma cena belíssima em seu tempo final, quase sem palavras, deixando que as imagens sejam sensíveis ao público. (Essa cena é tão bela que parte dela ilustra o cartaz do filme).
Ao final da narrativa, fechada em suspensão, impossível não questionarmos qual os limites do amor. Até onde esse sentimento pode nos levar, indo de um laço positivamente bom para um nó que machuca e vicia.
Capote (Capote)
Dir. Bennett Miller
A morte recente do australiano serve apenas para comprovar como em poucos papéis, o ator se entregou de corpo e alma e partiu antes de sua maturidade cênica. Não deixo de me questionar se Ledger será – se já não é – o James Dean dessa geração cinematográfica, nem mesmo vivo para ver sua performance mais elogiada – do insano Coringa – ser recebida de braços abertos por público, crítica e fãs da personagem.
Ledger sabia muito bem pontuar-se entre filmes menores e grandes produções. Candy é uma dessas pequenas pérolas escondidas em sua filmografia. Em uma simples linha sobre o enredo, o filme narra a história de um casal, Candy e Dan que, assim como possuem um forte laço entre si, são viciados em heroína.
Com uma narrativa segmentaria dividindo-se entre Céu, Terra e Inferno, o filme acompanha os jovens desde o ponto inicial de sua relação e, aos poucos, conforme apresenta os segmentos do filme, o espaço temporal avança e a relação aparenta-se mais desgastada e frágil.
Mais de que um simples filme, mais um, sobre usuários de drogas, como apontaram algumas críticas de cinéfilos que acompanhei ao executar esse texto, engana-se quem vê Candy apenas com essa superficialidade. É o mergulho dúbio entre o vício de uma droga e a intensidade do amor que exige maior atenção do público. O confronto entre a sensibilidade da paixão e o mesmo vício compartilhado.
A produção torna-se melhor a cada segmento, possuindo uma cena belíssima em seu tempo final, quase sem palavras, deixando que as imagens sejam sensíveis ao público. (Essa cena é tão bela que parte dela ilustra o cartaz do filme).
Ao final da narrativa, fechada em suspensão, impossível não questionarmos qual os limites do amor. Até onde esse sentimento pode nos levar, indo de um laço positivamente bom para um nó que machuca e vicia.
Capote (Capote)
Dir. Bennett Miller
Raramente uma produção baseada em fatos reais, cujo título é o nome do biografado, chega com o mesmo título nas terras brasileiras. Impressiona que Truman Capote tenha tamanho poder que parte de sua vida chegue imponente com o mesmo título.
Não é para menos. Capote foi um dos maiores escritores que século XX presenciou, criando um novo estilo literário até então não explorado: o romance de não ficção. Seu livro A Sangue Frio, cujo filme narra a história de sua composição, é um dos romances essenciais do século passado.
Fascinado com uma notícia de jornal sobre um assassinato de uma família em sua residência, Capote parte para a cidade onde ocorreu o crime para escrever um artigo a respeito. Conforme se envolve com a história, começa a desenvolver a idéia de um romance. Narrar essa história real de maneira literária, fundando, assim, um novo gênero.
A inteligencia do jornalista era perceptível de longe, sabendo conduzir muito bem as pessoas ao seu redor para conseguir as resposta que queria. Sua dedicação foi tanta para esse livro que nunca mais chegou a finalizar outro, tamanho o stress gerado ao realizado. De certa maneira, abrindo uma frase para um palpite, faz sentido o desgaste do autor por conduzir as vítimas alegando ser suas amigas apenas para escrever um livro.
Em termos de produção, o ator Philip Seymour Hoffman incorpora-se com os trejeitos afetados do autor. Realizando uma atuação sublime (ganhadora do Oscar e Globo de Ouro) que completa uma narrativa lenta, mas arrebatadora.
A produção concorreu ao Oscar de Melhor Filme no ano de 2006. Ano inexplicável onde dos cinco indicados Munique, O Segredo de Brokeback Mountain, Capote e Boa Noite, Boa Sorte e Crash – No Limite, o último ganhou a estatueta, mesmo sendo a produção menos criativa das cinco.
Não é para menos. Capote foi um dos maiores escritores que século XX presenciou, criando um novo estilo literário até então não explorado: o romance de não ficção. Seu livro A Sangue Frio, cujo filme narra a história de sua composição, é um dos romances essenciais do século passado.
Fascinado com uma notícia de jornal sobre um assassinato de uma família em sua residência, Capote parte para a cidade onde ocorreu o crime para escrever um artigo a respeito. Conforme se envolve com a história, começa a desenvolver a idéia de um romance. Narrar essa história real de maneira literária, fundando, assim, um novo gênero.
A inteligencia do jornalista era perceptível de longe, sabendo conduzir muito bem as pessoas ao seu redor para conseguir as resposta que queria. Sua dedicação foi tanta para esse livro que nunca mais chegou a finalizar outro, tamanho o stress gerado ao realizado. De certa maneira, abrindo uma frase para um palpite, faz sentido o desgaste do autor por conduzir as vítimas alegando ser suas amigas apenas para escrever um livro.
Em termos de produção, o ator Philip Seymour Hoffman incorpora-se com os trejeitos afetados do autor. Realizando uma atuação sublime (ganhadora do Oscar e Globo de Ouro) que completa uma narrativa lenta, mas arrebatadora.
A produção concorreu ao Oscar de Melhor Filme no ano de 2006. Ano inexplicável onde dos cinco indicados Munique, O Segredo de Brokeback Mountain, Capote e Boa Noite, Boa Sorte e Crash – No Limite, o último ganhou a estatueta, mesmo sendo a produção menos criativa das cinco.
Difícil confiar em um diretor sem nome, com apenas três letras, sendo que tanto a última, quanto a primeira, são em maiúsculas. Mais difícil quando o tal McG foi diretor das duas produções recentes de As Panteras. Filmes exagerados por não respeitar, mesmo, as leis da gravidade e forçarem a barra ao ponto de aborrecer quem assiste.
Impressiona que tal diretor (?), oriundo dos videoclipes, consiga trabalho em Hollywood como alguém de prestígio. Quando seu nome foi escalado para mais uma produção sobre o futuro apocalíptico de Exterminador do Futuro, temer e tremer era inevitável.
Felizmente, parece impossível, a incapacidade de ser original de McG gerou bons frutos. Mantendo-se fiel a maneira de James Cameron de dirigir (podem ler isso como copiando a maneira de Cameron), criando cena após cena de homenagens aos primeiros filmes – incluindo uma participação essencial de um Governator digitalizado – Exterminador do Futuro: A Salvação surpreende como uma boa produção.
A trama é a que conhecemos desde a década de oitenta. A Skynet dominou o mundo e realizou uma guerra contra os humanos – essa trama é contada nas produções anteriores - e John Connor – agora interpretado pelo Christian Batman Bale – será o redentor da raça humana que nos conduzirá para a vitória contra as máquinas.
Com um belo visual apocalíptico e fotografia acinzentada, boa parte da trama foi escrita com um certo cuidado. Infelizmente, a derrapada no meio da produção é grande e desnecessária. A personagem de Moon Bloodgood - atriz pouco conhecida, nitidamente em cena por ser belíssima – é uma piloto de caça que realiza uma das mais estúpidas peripécias da trama. Era possível realizar a mesma idéia de uma forma que não ficasse transparente a sensação de que tentaram inserir um conflito extra mais desnecessário que o segundo filme das Panteras.
Porém, apesar do deslize, a produção consegue cumprir o seu papel. Conseguiu revitalizar a série melhor que o filme anterior e trouxe as telas outra produção com futuro apocalíptico (a última relevante foi Matrix que se perde no meio da segunda história).
Fiquei bastante divido após a exibição em questão da nota final da produção. Por isso, fiz um apanhado das três produções anteriores. Constatei primeiro o óbvio: as duas primeiras são sublimes e o terceiro teve a boa intenção de trazer o Governator de volta no papel. Concluí que a nova produção tem um saldo final melhor que a terceira. John Connor ainda pode parecer um líder um tanto quanto duvidoso – ninguém de alta patente leva ele a sério – mas é melhor que o de Nick Stahl. Deveria merecer uma nota levemente menor, mas pela impressão que me deixou pós-exibição, mantenho esses remédios.
Mas desde já aviso que temos o que duvidar de um futuro apocalíptico onde todos os humanos são rostinhos bonitos, dando a impressão de que a guerra da Skynet começou matando só gente feia.
Impressiona que tal diretor (?), oriundo dos videoclipes, consiga trabalho em Hollywood como alguém de prestígio. Quando seu nome foi escalado para mais uma produção sobre o futuro apocalíptico de Exterminador do Futuro, temer e tremer era inevitável.
Felizmente, parece impossível, a incapacidade de ser original de McG gerou bons frutos. Mantendo-se fiel a maneira de James Cameron de dirigir (podem ler isso como copiando a maneira de Cameron), criando cena após cena de homenagens aos primeiros filmes – incluindo uma participação essencial de um Governator digitalizado – Exterminador do Futuro: A Salvação surpreende como uma boa produção.
A trama é a que conhecemos desde a década de oitenta. A Skynet dominou o mundo e realizou uma guerra contra os humanos – essa trama é contada nas produções anteriores - e John Connor – agora interpretado pelo Christian Batman Bale – será o redentor da raça humana que nos conduzirá para a vitória contra as máquinas.
Com um belo visual apocalíptico e fotografia acinzentada, boa parte da trama foi escrita com um certo cuidado. Infelizmente, a derrapada no meio da produção é grande e desnecessária. A personagem de Moon Bloodgood - atriz pouco conhecida, nitidamente em cena por ser belíssima – é uma piloto de caça que realiza uma das mais estúpidas peripécias da trama. Era possível realizar a mesma idéia de uma forma que não ficasse transparente a sensação de que tentaram inserir um conflito extra mais desnecessário que o segundo filme das Panteras.
Porém, apesar do deslize, a produção consegue cumprir o seu papel. Conseguiu revitalizar a série melhor que o filme anterior e trouxe as telas outra produção com futuro apocalíptico (a última relevante foi Matrix que se perde no meio da segunda história).
Fiquei bastante divido após a exibição em questão da nota final da produção. Por isso, fiz um apanhado das três produções anteriores. Constatei primeiro o óbvio: as duas primeiras são sublimes e o terceiro teve a boa intenção de trazer o Governator de volta no papel. Concluí que a nova produção tem um saldo final melhor que a terceira. John Connor ainda pode parecer um líder um tanto quanto duvidoso – ninguém de alta patente leva ele a sério – mas é melhor que o de Nick Stahl. Deveria merecer uma nota levemente menor, mas pela impressão que me deixou pós-exibição, mantenho esses remédios.
Mas desde já aviso que temos o que duvidar de um futuro apocalíptico onde todos os humanos são rostinhos bonitos, dando a impressão de que a guerra da Skynet começou matando só gente feia.
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