sexta-feira, 15 de maio de 2009

A Semana em filmes (19 a 25 de Abril)

Vingança (Wake Of Death)

Dir. Philippe Martinez


Deve ser difícil ser um personagem do círculo familiar de Van Damme. Primeiro porque se você não está morto, você estará em alguns minutos de filme e segundo que, por conseqüência disso, seu salário como ator será um tanto quanto pequeno. Isso quando não sobra até mesmo para algum amigo intimo, ou seja, não é nada positivo ser conhecido de suas personagens.
Vingança faz parte da produção recente da carreira do ator, que um dia já foi ator das telonas mas que agora encontrou seu nicho nos filmes lançados diretos para dvd. Filmes normalmente de baixo orçamento e pouco expressividade.
De qualquer maneira, o personagem de Van Damme é, como em todos os seus filmes, O cara, independente da profissão exercida por seu papel. Para convencer o publico desacreditado no ator, temos até uma cena desnecessária em que o torso nu e musculoso do ator é visto em close. Uma maneira de dizer em imagens que, embora não tão perto do estrelato, o ator continua em forma, ao menos física, diga-se de passagem. Mesmo que em cena ele mal faça uso das artes marciais e mais apóie a ação física em armas.
A história é aquela que conhecemos: Ben Archer é um assassino de uma organização criminosa cansado de seu trabalho. Sua mulher, Cynthia, trabalha como assistência social na imigração e ao ver em um navio cheio de chineses uma pequena garota perdida, decide trazê-la para casa. Ao descobrir que a filha foi parar nos Estados Unidos, Sun Quan,um criminoso chinês, vai atrás da garota e acaba por matar a esposa de Archer. Agora ele tem um bom motivo para se vingar e ainda salvar a pobre garota das garras de um criminoso. Uma história estilo Van Damme.
Pena que as cenas de ação são mal feitas e mal dirigidas, sendo impossível compreender o que realmente acontece nas cenas devido aos closes e cortes rápidos. O que se torna inútil para um filme de ação em que a maior parte da produção está concentrada nos poucos chutes e muitos tiros dados pelo ator.
Também vale destacar que no final da produção um escrito “The End” aparece nas telas. Nos fazendo concluir que alguns diretores acreditam que a década de oitenta dura até hoje.





Presságio (Knowing)

Dir. Alex Proyas


Em um dos especiais do comediante Chris Rock para o canal HBO, há um momento engraçado em que o ator demonstra toda sua irritação com o rap atual, devido as músicas de baixo calão, repleta de palavrões. Rock afirma adorar rap, mas, devido a situação atual do ritmo, está cansado de defendê-lo.
Mantendo essa idéia, afirmo novamente que sou grande fã de Nicolas Cage. Leio com prazer as notícias de seus futuros filmes e sempre tento ver no cinema as produções que estrela. Porém, assim como o rap para o comediante, Nic Cage tem me deixado cansado. Está cada vez mais difícil e complicado defender o ator.
Há 3 anos que vem decepcionando em filmes ruins e em péssimas atuações. Em 2006, com direção de Oliver Stone, estrelou o duvidoso As Torres Gêmeas, desnecessário filme narrando os acontecimentos das quedas das torres. Seguiu no mesmo ano com a regravação de O Homem de Palha, resultando em uma bomba chamada Sacrifício. No ano seguinte fez um trio duvidoso: O horrível Motoqueiro Fantasma, O Vidente e a continuação de A Lenda do Tesouro Perdido, o primo pobre de histórias estilo Código Da Vinci. E ano passado, com o mesmo mullet de O Vidente, foi estrela de Perigo em Bangkok, mantendo uma cara inexpressiva que persiste até esse ano com Presságio.
No filme, um desenho feito há 50 anos prevê todas as grandes tragédias ocorridas na humanidade. Ao ser descoberto por um professor de astrofísica, ele percebe que o documento ainda prevê mais três catástrofes.
Além de uma trama que samba e não se decide entre um filme focado na destruição mundial ou em um suspense para normal, a interpretação de Cage ofende até mesmo atores nada talentosos. A prepotência de sua personagem é tanta que em dado momento tem-se a sensação que Cage pegará as tais três catástrofes que virão com as próprias mãos e resolverá tudo no braço, estilo Chuck Norris.
O filme salva-se pelas cenas de catástrofe, absurdamente bem feitas e inspiradas, deixando os acidentes bem construídos da trilogia Premonição com uma certa vergonha. Mas efeitos especiais de lado, Presságio é uma seleção de falas ruins e uma história que afunda até o final, com direito a epílogo sem graça e tudo mais.
Porém, o único conforto é saber que a alguns anos atrás, ainda podemos ver bons filmes na carreira de Nic. Levando-me a insistir: sou um grande fã de Nicolas Cage, mas estou cansado de defendê-lo.





X-Men Origens: Wolverine (X-Men Origins: Wolverine)

Dir. Gavin Hood



Há certo tempo a figura carismática de Wolverine se tornou tão forte que seus produtores e editores acreditam que, trocando em miúdos, qualquer porcaria com a cara do mutante estampada é sinal de grande lucro.
Sábios da parte deles, então, escolher o baixinho com esqueleto de adamantium para estrelar o primeiro longa metragem fora da saga mutante, que já em sua terceira parte mostrava um sinal de desgaste - talvez pela saída de Brian Singer da direção.
E, assim, foi também com X-Men Origens: Wolverine que estreei uma nova coluna chamada Preliminares, analisando filmes que ainda não estavam em cartaz.
Com pesar, afirmo que meus argumentos antes de assistir o filme se sustentam após o mesmo. Não é o carisma do excelente ator Hugh Jackman que poderia segurar a trama de uma produção pipoca em que quase nada acontece.
Previsto pelo título, a ação se passa antes dos eventos da trilogia mutante, procurando uma origem definitiva para a personagem. Porém, até mesmo nos gibis sua origem é bem contraditória, repleta de lacunas e, quando decidiu-se contar uma origem definitiva para Logan, o resultado foi uma grande polêmica e um gibi interessante mas facilmente esquecido. Portanto, a trama dessa produção bebe um pouco na fonte de diversas origens com a intenção de criar a sua. Mas é perceptível a visão fragmentada do filme.
Até mesmo Wolverine, conhecido como um baixinho ranzinza, bravo e briguento está calmo, lutando muito pouco, resultando em um filme com poucas cenas de ação – Não defendo um filme somente com ação, mas algumas boas cenas podem existir. Acrescente nesse caldo efeitos especiais que são mais falhos que o primeiro filme dos mutantes e muitos, mais muitos personagens secundários (não vou nem mencionar aquele Gambit), que o resultado é uma desgraça. Sem contar que a produção vazou um mês antes de sua estréia em uma cópia quase pronta que, apontada por um jornalista, não era tão diferente assim da dos cinemas (o que mudava mesmo era a finalização dos efeitos).
Mesmo que neguemos, X-Men Origens: Wolverine foi um dos filmes que deu inicio a temporada 2009 do cinema americano,com filmes pipoca esperados a cada semana. E, infelizmente, o começo da temporada foi marcado por uma decepção.
Posso dizer que faltou garra ao filme? Ou seria infâmia demais?




Agente Biológico (Derailed)

Dir. Bob Misiorowski


Já me declarei, mais de uma vez, ser fã de Jean-Claude Van Damme. Mesmo que seus filmes sejam quase a mesma coisa, acho honesto da parte do “Músculos de Bruxelas” – apelido que que ganhou após vencer um torneio de Karatê – reconhecer suas limitações e tentar realizar bons filmes para o seu público.
Porém, é evidente que o ator anda devendo e muito para quem o acompanha. Assim como Vingança, Agente Biológico faz parte das produções recentes do ator e talvez seja um dos piores momentos de sua carreira.
Sem nenhuma inovação, Van Damme interpreta a mesma personagem que estamos acostumados: um agente especializado em contra-terrorismo que, mesmo em férias, é convocado para escoltar uma mulher ameaçada de morte e que tem consigo um item desejado por terroristas. Ao entrar no trem que levará ambos ao destino desejado, o trem é atacado por esses terroristas e, então, imaginem, cabe ao nosso herói resolver tudo com suas artimanhas.
A trama mantida apenas no trem foi produzida para evitar gastos e os efeitos especiais precários comprovam o orçamento baixo da produção. Ao menos é possível compreendermos o que acontece nas cenas de ação. O ator também usa menos a arma e um pouco mais de suas habilidades. Até mesmo seu filho na trama participa da ação com um golpe ensinado pelo pai. Porque a família Van Damme sempre está unida, até mesmo em um trem tomado por terroristas. De qualquer maneira, o filme é bem insosso e cansa rapidamente.




Hairspray - Em Busca da Fama (Hairspray)

Dir. Adam Shankman


Os fãs de musicais devem ser eternamente gratos ao diretor Baz Luhrmann que, após anos de inexistência do gênero, trouxe-o a tona com o espetacular Moulin Rouge – O Amor Em Vermelho. Sem ele, não veríamos uma revitalização desse gênero peculiar e perderíamos algumas grandes pérolas e bons filmes produzidos após seu lançamento.
Regravação do filme Hairspray - Eramos Todos Jovens e adaptação da peça da Broodway, Hairspray – Em Busca da Fama possui bons momentos musicais e um John Travolta travestido de mulher, gordo, dançando e cantando.
A época é 1962 e todo adolescente sonha em aparecer no programa de dança mais famoso da Tv. Tracy Turnblad, uma jovem gordinha, não é a exceção e sua paixão pela dança a convence a realizar um teste para o programa. Ao passar e perceber que o programa não era tudo o que pensava, a garota usa sua influência para tentar transformar seu universo.
A trama evidencia o enfoque musical das cenas, deixando que a dança e as músicas sejam bem sentidas pelo público. O lado positivo da versão brasileira é que a legenda não optou por fazer adaptações, e sim legendar aquilo que se fala em inglês. Particularmente musicais que tentam fazer rimas na tradução saem pior que a encomenda.
Mas além da música, evidentemente que o grande destaque, até mesmo na capa, vai para John Travolta, irreconhecível e carismático no papel da mãe de Tracy. Uma velhota quadrada que há anos não sai de casa e que no filme irá se libertar, cantar e dançar – E Travolta prova que, mesmo com muita maquiagem e um figurino de 13 quilos, ainda consegue ter suingue. Quem destaco como uma surpresa é o High School Zac Efron, como o garoto bonitinho do programa e paixão de Tracy. Efron consegue fazer um papel de galã que não se lembra nada com a personagem boba do também musical da Disney.





Hell (In Hell)

Dir. Ringo Lam

Não tenham dúvida, confirmo. É o terceiro filme de J.C.V.D. visto na semana. A culpa disso é uma caixa recém adquirida com quatro filmes do ator, lançada pela Califórnia filmes. Na capa lê-se “O Melhor de Van Damme”, mas sabemos que o conteúdo é extremamente duvidoso, já que se trata dos filmes recentes de sua carreira.
Porém, Hell, dentro as quatro produções é o filme mais sólido. Dirigido por Ringo Lam, que também dirige V.D. no sucesso Replicante, a trama gira em torno de uma prisão e, além de boas cenas de ação, em que é possível compreender o que se passa, o clima tenso de prisão consegue ser bem reproduzido.
Aos que se interessam pela trama, Kyle Lord (Van Damme) é enviado a uma penitenciaria de segurança máxima no México depois de matar o assassino de sua mulher (isso não corrobora meu comentário no filme Vingança?). Na prisão, lutas diárias entre os prisioneiros são realizados por sadismo do diretor, mas, podem imaginar, Kyle Lord não irá se rebaixar ao sistema.
Mesmo com a trama óbvia, um autêntico Van Damme, o filme surpreende, sendo o que mais flui dentre os assistidos. O único que não consegui ver essa semana foi Replicante, também de Ringo Lam, mas sua resenha está presente na semana que vem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário